Corinthians faz 3 a 1 no Santos, com dois gols de Ronaldo (um deles, uma pintura!), e só perderá o título se for goleado no Pacaembu no domingo
O Corinthians, que já tinha a vantagem de jogar por dois empates para ser campeão paulista, ficou ainda mais perto do seu 26º título estadual após este domingo. Jogando na Vila Belmiro, o Timão venceu o Santos por 3 a 1, com uma atuação brilhante de Ronaldo: dois gols, um deles uma pintura.
Os corintianos só não serão campeões se forem goleados na partida de volta, marcada para o próximo domingo, no estádio do Pacaembu, em São Paulo. O Peixe, para reverter a situação, precisará ganhar por três gols de diferença.
O técnico do Timão, Mano Menezes, fez aquilo que já vinha fazendo há alguns jogos. Na hora de dar a sua escalação, soltou mais de 11 nomes na lista. Na semifinal contra o São Paulo, ele divulgou a relação com 13 atletas. Agora, foram 12: para a vaga de Dentinho, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, o treinador escreveu “Morais ou Diego”. Mas na hora de sair do vestiário, nenhuma surpresa: Morais entre os titulares, como foi durante toda a semana de treinamento.
Do lado do Santos, Vagner Mancini não tinha surpresa. Sem Rodrigo Souto, machucado, e Roberto Brum, suspenso, Pará e Germano foram os volantes. Em desvantagem, o Peixe apostava na força da Vila Belmiro. No estádio lotado, eram 17 mil santistas contra pouco mais de mil corintianos. Num dos camarotes, um tradicional pé-quente: Pelé completaria três anos sem ver uma derrota do seu time em casa. Ele nem imaginava o que veria pela frente...
Com a bola rolando, os dois times mostraram que apostariam no ataque. Pelo Peixe: Madson, Neymar e Kléber Pereira; pelo Timão: Morais, Jorge Henrique e Ronaldo. E o Corinthians começou mais eficiente. Enquanto Kléber Pereira perdia gols e ficava impedido, Jorge Henrique corria o campo todo ajudando até a recompor a defesa.
Aos 10 minutos, a rede da Vila balançou pela primeira vez. Pará derrubou Morais perto da entrada da área e cometeu falta. Na hora da cobrança, os três especialistas do Timão se posicionaram para bater e confundir a defesa santista. Deu certo. Cristian ameaçou, André Santos correu por cima da bola e Chicão chutou. Fábio Costa nem foi no lance, caiu no chão e viu sair o gol corintiano.
O Santos sentiu o golpe. E quando ameaçava se recompor, tomou o segundo. Aos 24, na tentativa de aliviar o perigo, Chicão deu um bico – como ele mesmo confessaria depois – para a frente. A bola caiu no pé de quem conhece. Ronaldo dominou com classe e, mesmo com cinco santistas ao seu redor, tocou para o gol de Fábio Costa: 2 a 0.
O Peixe demorou mais um pouco para reagir. Mas reagiu. E aí começou a brilhar a estrela de Felipe. No dia internacional do goleiro, o camisa 1 do Timão fez quatro defesas sensacionais só no primeiro tempo: saiu no pé de Kléber Pereira, pegou chute cara a cara com Neymar, desviou finalização de Triguinho com o pé e pegou uma bola de Fabão que entraria no cantinho. A cada defesa, vibrava como um gol.
No segundo tempo, Mano trocou Jorge Henrique por Fabinho e parecia querer garantir o placar. Já Vagner Mancini incendiou a sua equipe no vestiário. E o Peixe voltou com tudo para cima do rival e Fabiano Eller quase marcou de cabeça. Pressionando e empurrado pela torcida, o Santos encurralou o adversário no seu campo. Quem assistia ao jogo poderia até prever que o gol era questão de tempo. Demorou 15 minutos. Triguinho foi lançado na ponta-esquerda, olhou para a área e cruzou forte. Felipe, na tentativa de cortar, tocou contra o próprio gol. E a Vila incendiou!
A partir daí, só dava Santos. Felipe salvava, Neymar perdia, Chicão dava carrinho, Kléber Pereira errava o alvo, Madson arriscava, André Santos ajudava... Um sufoco! A torcida, percebendo que só dava Peixe, foi junto: empurrou, incentivou, só faltou entrar em campo para cabecear. Pelé, que passou boa parte do jogo quieto, agora gesticulava, conversava com pessoas no seu camarote...
E parecia que o destino queria que o Rei estivesse na Vila para ver o que o seu herdeiro faria. Neymar? Não. Ronaldo! O atacante recebeu passe de Elias e se viu sem condição de devolver a bola. Foi quando driblou Triguinho e, ao perceber Fábio Costa adiantado, deu um toque de gênio para encobrir o goleiro santista. Uma pintura para fazer a torcida gritar “ôôô...o Fenômeno voltou” e que merecia aplausos até mesmo de Pelé.
- O Ronaldo fez a diferença. O segundo gol foi digno de Copa do Mundo - rendeu-se Pelé.
O relógio mostrava 31 minutos. Pelé se levantou e foi embora. Daí até o fim, foi só festa dos corintianos. Quando o juiz apitou, Ronaldo agradeceu o elogio do Rei:
- É um sonho fazer gol onde o Pelé fez tantos e ser Rei nem que seja por um dia.
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