Foto: Gabriela Ribeiro |
por portal2014
Mesmo com a liberação em julho da licença ambiental para a construção da Arena Recife, que receberá jogos da Copa, o início das obras do estádio caminha a passos lentos.
O cenário é de pouca movimentação no terreno de 270 hectares onde o empreendimento será erguido, em São Lourenço da Mata (19 km do centro de Recife). Além disso, posseiros ameaçam fechar o acesso à obra se o governo não pagar as desapropriações.
Nenhuma placa sinaliza que na área será construída a arena do Mundial. Um canteiro de obras começa a ser montado, mas seu escritório não possui internet ou telefone. Contêineres instalados na área funcionam apenas como refeitório.
Há quatro tratores no local. Mas de acordo um segurança do canteiro, as máquinas continuam paradas porque vem sendo feita uma pesquisa arqueológica na área que antecede a liberação da obra.
A Odebrecht, empresa responsável pela obra, afirmou por meio de assessoria que cumpre o planejamento definido para a primeira etapa da construção, com o início dos serviços topográficos, construção de acesso viário ao local, implantação do canteiro e instalação provisória de energia elétrica.
A construtora informa que recebeu autorização parcial para executar estas ações e que as pesquisas arqueológicas estão em fase de conclusão.
Até ontem, no entanto, a Odebrecht não havia divulgado o cronograma oficial da obra. A Fifa quer o estádio pronto em dezembro de 2012. Recife já descumpriu três prazos da federação internacional para o início da construção da arena –o último em 31 de maio.
Morador há sete anos, José Vieira ainda espera indenização do governo (crédito: Gabriela Ribeiro)
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Desapropriações
Outro entrave à construção da Arena Recife são os posseiros que permanecem no terreno de 50 hectares onde será implantado o estádio, que não foram indenizados pelo governo de Pernambuco. Morador do local há sete anos, José Vieira reclama da demora para receber a indenização.
“O contrato foi assinado há quase dois meses e já tivemos muitas promessas de quando vai sair o dinheiro. Enquanto não me pagarem eu não saio daqui”, afirma.
A mesma reclamação é feita pelo morador Edilson José dos Santos, que afirma que o governo descumpriu a promessa de pagar a indenização 48 horas depois da assinatura do contrato. “Muitas pessoas derrubaram as suas casas e até agora não receberam”, diz.
A Companhia Estadual de Habitação e Obras (Cehab) afirma que o pagamento das indenizações vai começar a partir de 15 de setembro. “Os posseiros assinaram os processos de avaliação, que foram enviados para a Secretaria da Fazenda. A partir daí começaram a ser feitos os pagamentos, que atrasaram por problemas de ordem tributária”, diz o gestor de Regularização Fundiária do órgão, João Paulo Oliveira.
As indenizações foram divididas em duas etapas, segundo a Cehab. Na primeira fase, 130 famílias receberam os pagamentos pelas benfeitorias e foram desapropriadas. A segunda etapa vai indenizar um total de 194 famílias, sendo que 37 posseiros já receberam o pagamento.
Se o prazo estabelecido pela Cehab não for cumprido, os posseiros ameaçam fazer um protesto em frente à sede do órgão e fechar a rua de acesso ao terreno da Arena da Copa.
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